terça-feira, 1 de junho de 2010

PM reafirma que casamento homossexual reduz desigualdades e discriminação

PM reafirma que casamento homossexual reduz desigualdades e discriminação


No dia em que entrou em vigor a lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o primeiro-ministro convidou para um almoço representantes de várias associações lésbicas e gays. No Palácio de São Bento, defenderam que o casamento entre pessoas do mesmo sexo torna Portugal "um exemplo internacional" no combate à discriminação. Sócrates reafirmou que fica saldada uma dívida com o passado. 

Representantes de associações nacionais e internacionais de homossexuais almoçaram com Sócrates


Sócrates diz que fica saldada uma dívida com o passado com a aprovação da nova lei

Notícias País Para assinalar o dia em que foi publicada em Diário da República a lei que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, o primeiro ministro, José Sócrates, promoveu um almoço na residência oficial.
Na iniciativa estiveram presentes a secretária de Estado da Igualdade, Elza Pais, o deputado independente eleito pelo PS, e homossexual assumido, Miguel Vale de Almeida e representantes da ILGA, da Opus Gay, da Rede Ex-Aequo e da Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual (AMPLOS).
A nível internacional, estiveram presentes Pedro Zerolo, antigo presidente da Federação Estatal de Lésbicas, Gay, Transexuais e Bissexuais de Espanha e membro do PSOE, e Evelyne Paradis, da ILGA Europa.
Para o presidente da ILGA, Paulo Corte-Real, este dia "significa o início de um novo estádio de luta contra a discriminação, que vai exigir muitos passos adicionais e uma grande mobilização", como a parentalidade.
"Todas as lutas em relação à parentalidade, que já existem há muito tempo, naturalmente que continuam, temos vindo sempre a chamar à atenção para a necessidade de olhar para as crianças que já existem hoje em Portugal e já são criadas por casais de pessoas do mesmo sexo, sem terem a proteção de verem ambas as pessoas reconhecidas legalmente enquanto pais e enquanto mães", sublinhou.
Corte-Real sublinhou que esta lei coloca Portugal como "sexto país da Europa e oitavo do mundo" na igualdade de acesso ao casamento.
Já Margarida Faria, presidente da AMPLOS, rejeitou que Portugal seja um país homofóbico, mas considerou-o conservador: "As pessoas não se dão conta do efeito negativo desse conservadorismo, porque as pessoas verbalizam coisas que ofendem muita gente, ofendem-me a mim como mãe, ofendem os nossos filhos, os nossos amigos, os nossos irmãos".
"Não imaginam quanto ofendem cidadãos que estão mesmo ao seu lado, cidadãos que estão neste processo a tentar ao máximo que isto se naturalize", disse, apelando às novas gerações para uma mudança de atitude.
Pedro Zerolo, por seu lado, manifestou o seu orgulho por poder desfrutar de "um dia histórico": "Portugal entra pela porta grande no mapa da liberdade, da igualdade e da diversidade, graças ao trabalho das organizações LGBT, graças a uma maioria política de esquerda, de progresso, mas sobretudo graças à valentia do presidente Sócrates, é um presidente valente".
Evelyne Paradis, da ILGA Europa, apontou o dia como "um marco", saudou a "coragem política" do Governo, mas disse esperar que este "seja apenas o primeiro passo na adoção de outras medidas que precisam de ser tomadas".
"O casamento é um passo crucial para a igualdade mas há mais a ser feito em termos de direitos parentais e os direitos dos transexuais, é uma discriminação diferente que precisa de ser abordada de forma específica", apontou.
(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
Lusa

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